domingo, 23 de setembro de 2007

Organcidade do Eu Heterogêneo.


Multiplicidades em possibilidades
Diferenciação métrica e sistêmica
Eloqüência em displicência
Comprometimento inorgânico de quase nada do todo abundante
Conflitantes pensamentos
Indisponibilidade aparente
Perfeita monotonia
Robótica, semiótica
Monossilábicas em cor de anil
Viagem astral de um caminho ali
Só. assim. eu. me perdi. pra me.encontrar.

sábado, 22 de setembro de 2007

Vida Descartável.


Deixa eu ferir minha alma com um concreto armado.
Deixa eu marcar meu corpo com placas e sinais.
Deixa eu exprimir meu ódio com flores descartáveis.
Deixe eu ter um amor virtual
Deixa eu mostrar meu corpo ferido, rasgado, em sangue vivo, mas quase morto.
Deixa eu expôr a violência da mesmice.
Deixa eu ter um felicidade instantanea.
Deixe eu sorrir do que acabei de escrever
Fazer algo útil e ligar a tv.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Suspiros.

O que faz de um homem, alguém tão sem sentido ao ponto de viver contra si mesmo? Como podemos chegar ao ponto de nos levar ao fundo do posso, fazer as escolhas erradas de propósito. Pois devagar soletro o que eu já nem sei. Quando você se encontrar entre o nada e coisa alguma, quando a vida e a morte já não são caminhos opostos, então tudo pode acontecer e nada mais vai interferir no processo da sua vida e que por mais que você lute e bata seus braços e pés firmemente contra a água, seu corpo desde o começo já estava fadado a não suportar.

"Meu Deus, me dê coragem."


"Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença.
Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude.
Faça com que eu seja a Tua amante humilde,entrelaçada a Ti em êxtase.
Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala.
Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo.
Faça com que a solidão não me destrua.
Faça com que minha solidão me sirva de companhia.
Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar.
Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo."

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Espectro.


Não importa. Nada mais importa. Tudo que sou são lembranças, restos de outro alguém que hoje eu desconheço. Minha vida é apenas uma desculpa pra morte, um desafio já perdido, uma canção sem notas, um suspiro de tolas palavras.
Onde eu fui parar?
Por que sou assim?
Quem sou?
O que é esse mundo?
Diga-me alguém onde estão as respostas, se é que elas existem?

Sonhei mais alto que eu poderia. Ninguém pode falar que não sonhei.
Desesperadamente acreditei. Percorri os caminhos e estradas esperando alguma coisa acontecer. Por que “deus parece às vezes se esquecer”? Ou fui eu que esqueci?
Hoje não acredito em mais nada, nem em mim.
Sem esperanças, sem expectativas. Só desalentos, desenganos. Partido em saudades, do que eu não sei.

Onde estará minha alma?
Por que lugares sombrios ela agora percorre?
Onde estará o teu espírito que já não sinto percorrendo os meus poros?
Responde-me, me diga alguma coisa, fale comigo, não me deixes ir, não me deixes, afinal, o que sou hoje além do que o que sobrou de ti em mim. Sempre acreditei em ti, mas hoje já não sei, fale dessa vez, pois não sei se terei forças para uma próxima.
Meus dias são gastos ininterruptamente em nada, um vazio assustador, que tira minhas forças, que tira minha fonte, minha vida.

Dias Comuns.

Às vezes me pergunto se todos os dias são iguais? E se eles são por que continuar vivendo? Se nada vai acontecer de novo, então deveríamos viver um dia só e nesse dia fazer tudo o que temos que fazer. Não deixar nada pra trás, nem pra frente. Mas pesando de novo, percebo que os dias não são iguais, que na verdade os dias não existem. Só existe uma coisa esse minuto,ou quem sabe este segundo ou até menos que isso. Então olho ao redor e só tenho um último respirar, só mais um olhar, uma pequena palavra e nada mais e toda a minha vida era só aquilo, não tinha mais nada, parei aqui. Mas vou feliz por que vivi aquele instante como uma eternidade. Corri na chuva, gritei nas ruas, fui palhaço, fui herói, fui poeta e fui embora. Mas poetas não morrem, são eternos em suas poesias. Fico aqui em cada verso, em cada sorriso, em cada instante que outro alguém ler minhas palavras.

Cotidiano.


Mais uma semana.

Mais uma segunda.

Mais aulas.

Mais sono.

Mais despertador tocando.

Mais uma desculpa pra faltar.

Mais uma semana.

Mais um motivo pra sorrir.

Mais umas histórias pra contar.

Mais pessoas pra conhecer.

Mais amores pra viver.

Mais amores pra morrer.

Mais vida pra viver.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Nariz vermelho, sorriso amarelo e o céu azul.


Era como um palhaço, um simples e cansado homem pintado. Suas dores percorriam seus olhos, deixavam marcas eu seu corpo, seu rosto embebido de tristeza. Mas ele fazia todos sorrirem e assim ele escondia em cada sorriso uma lagrima. Em cada piada uma ferida. Em cada aplauso um silencio. Na multidão a solidão que lhe consumia. Feliz este ser que se esconde, ou melhor se mostra,pois seu rosto de verdade é o pintado,o outro é apenas ilusão.