terça-feira, 3 de maio de 2011

O Adeus do Pai.

Meu tempo acabou e os longos dias que não te disse nada, hoje me fazem falta. Os pequenos olhos, pés cambaleantes, gestos frágeis, o espanto em seu rosto e a canção preferida que não ouvi. Agora é tarde. Tudo já passou. Os melhores anos, os lindos sorrisos de quem sonha, as declarações de amor em público e os sentimentos confusos.

E o que lembro agora? Os gritos de ajuda que não respondi, a revolta que não entendi e suas lágrimas estalando em meu peito. E ainda estou aqui, enquanto você já foi. E a palidez em seu rosto foi meu mundo sem graça.

É minha vida que cai, o ar que se esvai, no mar do que não foi porque esperei demais.

5 comentários:

Déborah Arruda. disse...

É meu preferido.
O problema da espera é que consome tempo, e este passa sem pudor algum. Levando consigo um pouco da vida. Que também passa ...
Lindo!

Marcos de Sousa disse...

Lindíssimo.
Pena que muitas vezes não percebemos que a felicidade e o afeto que tanto precisamos estão nas pessoas a nossa volta e só nos damos conta quando elas se vão...

Arnoldo Pimentel disse...

Nunca vivemos toda a nossa vida.Belo texto, parabéns.

Leo disse...

O tempo passa e nem notamos, deixamos de dizer tanta coisa e fazer tanta coisa. o tempo escorre por entre os dedos.

Meu caro, desculpe a demora em vir, adorei teu blog, adorei tua escrita. como também gostei dos teus comentários sempre pertinentes no meu canto. te sigo.

Quintal de Om disse...

Venho deixar um abraço imenso e retribuir o carinho, seja por tantos anos, ou por alguns dias. Mas principalmente, pela troca e bonitezas que surgem e dos amigos que conquistamos e que no fundo, no fundo, não são tão virtuais assim...

Tem um presente pra você aqui: http://ancoradanoriso.blogspot.com.br/2013/03/vasto-coracao.html

Espero que se sinta num abraço e que goste.
Deixo o meu carinho.
Beijo na alma,
Sam.